segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Regressar, dançando, à época medieval

             Multiplicam-se as iniciativas que visam reconstituir a vida na época medieval.
            Ainda me lembro do que foi o pioneirismo da 1ª feira medieval que – por iniciativa das Doutoras Maria Helena da Cruz Coelho e Maria José Azevedo Santos, docentes de História da Idade Média na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra – foi levada a efeito, no Largo da Sé Velha, com todo o rigor de pormenores, em Junho de 1992. O ineditismo da proeza e o êxito imediato que arrecadou fez com que, no ano seguinte, houvesse repetição; celebrou-se, este ano, o seu 25º aniversário.
            Depressa a ideia alastrou – por Montemor-o-Velho, por Vila da Feira… E, hoje, praticamente não haverá concelho algum em que se não faça uma Feira Medieval, até porque se criaram grupos, amiúde nascidos de antigos estudantes de História, que se especializaram nessas organizações.
            Em Cascais, conheceu S. Domingos de Rana, este ano, a 2ª edição de uma Feira Medieval, seguida de ceia. E José Fernando Lousada criou, em 2014, um grupo de dança, o Pé de Dança, que tem como objectivo divulgar esse património cultural, que foi sendo bebido em livros doutras eras.
            Festejou, pois, o Pé de Dança o seu 3º aniversário, no passado dia 6, na sede da Associação Recreativa Juventude Carrascalense, de Carrascal de Alvide (Alcabideche – Cascais.
            Antes da ceia, também ela à maneira antiga (com bom panito, azeitonitas a condizer, arroz de miúdos, migas, tudo regado com sangria e vinho tinto no canjirão…), os pares deram um arzinho da sua graça, brindando-nos com vários dos passes de dança ensaiados e que o amigo Lousada ia explicando o que eram: danças de amor, danças de cerimónia, danças de festa… Eu sei lá! O que nos deliciava era não apenas o ar compenetrado dos dançarinos – que têm também neste passatempo a sua forma de realização pessoal e de mui sadia ocupação dos tempos livres – mas a suavidade com que eles evoluíam, a lembrar-nos uma época em que a pressa não era pão quotidiano e o lazer se impunha como forma de condimento às tarefas em que cada um se tinha de afadigar.
            Presentes na ceia cerca de 40 convivas: além dos 20 alunos do Pé de Dança e seus responsáveis, membros da direcção da colectividade, o representante dos Templários de Sintra, Paulo Pimenta (de O Correio da Linha). Coube-me a honra de ser nomeado «padrinho», que mui gostosamente aceitei.                                                                            
 
                                                        José d’Encarnação
O representante dos Templários de Sintra e sua Dama.





Uma das danças. Foto de Paulo Pimenta.


José Fernando Lousada e irmã Filomena

3 comentários:

  1. Teresa Silva 12/12 às 8:32
    Realmente a pressa está a aniquilar a nossa mais profunda genialidade! Chego a perguntar-me se realmente as horas não valerão menos que sessenta minutos...

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  2. Adelaide Chichorro Ferreira 12/12 às 13:22
    Há muito que digo isso...

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