quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

XXIX Salão de Outono na Galeria de Arte do Casino Estoril

            Inaugurou-se ao final da tarde do passado dia 21, na Galeria de Arte do Casino Estoril, o XXIX Salão de Outono, desta feita em homenagem ao pintor António Joaquim, que esteve presente. Tendo celebrado, a 1 de Junho, o seu 90º aniversário, o homenageado promete não parar e apresenta nesta mostra uma dezena de aguarelas recentes, a que deu o nome de “trabalhos dos 90”, série que será aumentada a pensar numa exposição a realizar neste espaço, em meados do próximo ano.
O pintor António Joaquim com o director da galeria, Nuno Lima de Carvalho
Uma das aguarelas de António Joaquim
            Não é agora o Salão de Outono um palco a que concorressem artistas na esperança de que as suas obras fossem seleccionadas por um júri e, até, quiçá galardoadas. A maioria dos 34 artistas representados – e quase todos estiveram na inauguração – são presença habitual na galeria, onde muitos têm feito exposições e onde, aliás, alguns até iniciaram a sua carreira.
            O que encanta, pois, numa exposição colectiva de pintura e de escultura como esta é a rica diversidade de estilos, ainda que alguma das obras nos pareça já ali a termos visto; mas é sempre bom rever o apurado geometrismo de um Nadir Afonso (que recentemente nos deixou), as suaves aguarelas de Paulo Ossião, os estranhos óleos de Albino Moura, os dourados acrílicos de Diogo Navarro, os ecos em Nélio Saltão da sua exposição no Centro Cultural de Cascais (a geometria dos apetrechos de pesca…), o abstracto colorido de Edgardo Xavier (também ele um ‘homem da casa’), o africano exotismo de Neves e Sousa num hino à cor…
            Percorre-se a mostra uma e outra vez e há sempre novidades a assinalar, pois são 67 os trabalhos expostos. O surrealismo de Mário Vitória, de cavalos alados, barcos e bicicletas; a estilizada elegância roxa de «Vaidade», um óleo sobre tela, da autoria de Lima Carvalho; as aguarelas de João Feijó, a recordarem-nos as algas de Stella de Brito; as sugestivas esculturas de Abílio Febra em pedra vermelha de Negrais e mármore de Estremoz / Vila Viçosa; os azuis do cabo-verdiano David Levy Lima; a originalidade cativante das duas telas de Branislav Mihajlovic, o sérvio de Belgrado que reside em Cascais desde 1992...
            Realce-se também a excelência do catálogo (coordenado por Pedro Lima de Carvalho), que, além da abertura (da autoria do director da galeria, Nuno Lima de Carvalho) e de uma biografia de António Joaquim, reproduz uma obra de cada um dos 34 artistas presentes, dos quais é referido também sumário currículo.
Alguns dos artistas que marcaram presença na inauguração
            Aquando da concorrida inauguração, usaram da palavra o director da galeria e Edgardo Xavier (na sua qualidade de membro da Associação Internacional de Críticos de Arte), para expressarem todo o apreço a António Joaquim, à sua obra e ao seu querer.
            A exposição estará patente todos os dias, das 15 às 24 horas, excepto no dia 24 de Dezembro, até 12 de Janeiro de 2016.
            Entrada livre (para maiores de 18 anos).

                                                                       José d’Encarnação

Publicado em Cyberjornal, edição de 02-12-2015:

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