terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A Sociedade Propaganda de Cascais

            Assinale-se, desde já, que «propaganda» tem, aqui, um sentido bem diferente do substantivo banal: significa «a que propaga», «a que divulga». Não é um substantivo, mas um adjectivo. Por isso se diz Sociedade Propaganda de Cascais e não «Sociedade de Propaganda de Cascais»!
            Feita a explicação, entremos no tema que hoje nos interessa.
            Tem sido, de há uns anos a esta parte, mui louvável iniciativa da direcção da Propaganda aproveitar o postal de Boas Festas para dar conta de algum dos aspectos considerados mais significativos da história desta prestigiosa colectividade, nem sempre – diga-se de passagem – considerada, como cumpriria, pelas entidades concelhias.
            Recorde-se que se consagra como a resistente das sociedades propagandas nascidas oficialmente no começo do século XX com a finalidade de valorizarem o património das terras, tornando-as aliciantes para os forasteiros e mais acolhedoras para os seus moradores. Data a sua criação de… 1934! Nesse aspecto, conta a Propaganda de Cascais bem apreciável rol de iniciativas, hoje, por via de outras vontades, reduzidas, quase, à cerimónia do 10 de Junho (a que a Câmara Municipal e outras entidades, a seu convite, se associam) e, depois de o hipódromo – por força de outras forças – ter passado para a Câmara, à organização, em simultâneo, da Taça de Portugal para a Juventude em hipismo e do Concurso de Saltos Nacional (categoria C).
Aspecto do interior da (ainda) sede da Propaganda
            Instituição de utilidade pública, membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique e agraciada com a medalha de mérito municipal, renovou mui recentemente a sua sede, onde guarda um precioso repositório da história cascalense. Estar perto da Capitania do Porto de Cascais e, portanto, no coração da vila, em edifício camarário, levou, porém, a que, por acordo com o Executivo municipal, dali proximamente saísse para a Quinta da Bicuda...

O picadeiro
            Vale, pois, a pena recordar o que, no postal deste ano, se diz a propósito da história do picadeiro, inaugurado no Hipódromo Municipal Manuel Possolo a 7 de Agosto de 1988 com apoio camarário. Embora ainda descoberto, aí se alojou a Escola de Equitação que, além dos alunos, cedo se colocou ao serviço das associações de deficientes do concelho, conhecendo-se, como se sabe, quanto esta ligação cavalo – homem é de extrema importância para a reabilitação.
            A 30 de Novembro de 1997, passou a estar coberto e a dispor de iluminação, o que veio permitir o seu uso por maior número de alunos e de sócios, na altura a rondar as duas centenas de utilizadores, possibilitando também, por outro lado, mais eficaz tratamento para as crianças e jovens deficientes.
Vista do picadeiro, quando estava em actividade
            A assinatura de um protocolo com a Câmara, mercê das circunstâncias e da vontade de se tornar o hipódromo «um dos melhores da Europa» (!), levou a que, a 30 de Abril de 2005, ficasse assinada também a certidão de óbito do picadeiro. Morreu.

                                                                                  José d’Encarnação

Publicado em Cyberjornal, edição de 21-12-2015:

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