terça-feira, 20 de outubro de 2015

Vida precisa-se!

            No decorrer da conversa que houve, a 3 de Outubro, em Loulé, no âmbito das comemorações dos 20 anos do Museu Municipal, Emanuel Sancho chamou a atenção para a necessidade de se passar a ver o público de um museu não como de visitantes mas de utilizadores. Justamente o que acontece com o Museu do Trajo, palco habitual das mais variadas iniciativas que levaram os habitantes a sentirem o espaço do museu como o sítio aonde podem ir e ali se sentem bem.
            E dei comigo a pensar no meu sítio, o Corotelo. E em tantos outros, quiçá, que no nosso concelho assim estão: sem vida! Quase não se vê vivalma; não há sequer placa toponímica (em pleno contraste com a vizinha Bordeira); as ruas não têm nome; nas casas parece que não se sente ninguém lá dentro… Transportes públicos viste-os? Não há por perto onde se possa comprar pão ou legumes ou um chouriço para assar!...
            Completou-se na vila o anel rodoviário, façanha mui louvavelmente apreciada e exemplar. «Tomara Loulé ter uma circular assim!», exclamava-me um louletano, quando se falou no visível e substancial melhoramento são-brasense. Vamos agora desafiar os nossos presidentes, o da Freguesia e o do Município, a passearem-se pelos sítios (como eu gosto desta designação, Sítio do Corotelo, Sítio da Fonta Murta – como nós dizíamos… – Sítio da Gralheira!...) e a olharem para eles com outros olhos: como é de ver!
            Claro: às pessoas cumpre também pensar que lixo de jardim não se deita fora assim sem mais nem menos, sem dar conta a quem de direito, para que se possa planear a recolha, tal como a dos monos, que há tendência para colocar junto dos ecopontos («eles que levem!»)… Neste caso, o brado é: civismo precisa-se!

                                                                     José d’Encarnação

             Publicado em Noticias de S. Braz nº 227, 20-10-2015, p. 11.

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