quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Palavras do quotidiano

             Sei que é fenómeno assaz estudado pelos especialistas: a partir de certa idade, vêm ao de cima as recordações de infância. E não só as recordações, também as palavras que eram, então, do quotidiano, e ora estão substituídas por novas, designadamente importadas de vocabulários estranhos.
            Aqui tenho arramalhetado eu algumas, mensalmente, às mijinhas. Perdoe-se-me o plebeísmo, não me dêem por isso nenhuma trolitada que me almareie e lá vou eu de reboleta, quiçá com forte pontada nas costas!...
            Algo, porém, que não pode acontecer aos velhos é deixarem-se amodorrar por isso, como se nada mais houvesse a fazer na vida que ficar para aí encafurnado ou encafuado em casa, num cafofo, a ver os segundos digitalmente a passar ou a ouvir o compassado tiquetaque daquele relógio de cavalinho que os filhos ainda lhes deixaram ficar sobre a cómoda…
            Ná! Isso é que não pode ser! Que velho tem sabedoria para esbanjar e as suas são «rugas de sabedoria»! Como eu gostei de saber que foi esse – «rugas de sabedoria» – o tema do XXI Encontro de Idosos da Zona Sul do Distrito de Setúbal, realizado em Santiago do Cacém, a 9 de Outubro do ano passado!
 
Publicado em VilAdentro [S. Brás de Alportel] nº 180, Janeiro de 2014, p. 10.

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