sábado, 27 de abril de 2013

«Velhos? Nem os trapos!», um hino à juventude num Centro de Convívio

             Escrito e encenado por António Chapirrau, foi levado à cena na noite do passado dia 24, no salão (repleto) do Centro de Convívio do Bairro do Rosário, da Junta de Freguesia de Cascais, o espectáculo Velhos? Nem os trapos!
            Trata-se, sem dúvida, de um hino à juventude bem patente nos actores, utentes todos eles daquele Centro de Convívio. Nasceu este Grupo de Teatro da Freguesia de Cascais no Natal de 2011 e esta foi a sua auspiciosa noite de estreia.
            Trata-se da sequência de dezasseis brevíssimos quadros em que, de um modo geral, se parodiam situações do dia-a-dia, anedotas, chistes, não desprovidos aqui e além do saboroso trocadilho, sem falarmos já da habitual crítica de costumes, sempre motivo para uma boa galhofa...
            A senhora (Angelina Duarte) manda o arrumador (Joaquim Duarte) trabalhar e ele riposta de imediato, com a maior naturalidade: «Mas eu estou no meu local de trabalho!» O alentejano chumbou na carta de condução, porque viu a placa com o número 30 e deu 30 voltas à rotunda; e diz-lhe o outro: «Ó compadre, se calhar vossemecê chumbou porque se enganou nas contas!...». À senhora mui queixosa («Por estas bandas, doutor, há muito que não sinto nada!...») o médico (António Costa) receita sexo pelo menos três vezes por semana; o marido, chamado para saber da receita, informa o clínico de que, sim senhor, à segunda e à quarta pode trazer a mulher ao consultório; à sexta, porém, ela terá de vir de autocarro! Depois, os problemas conjugais das senhoras (Margarida Garcias e São Madeira) que casam com homens de Pau Gordo ou de Ponta Delgada e, se calhar, o melhor é irem para Miranda, onde os pauliteiros são capazes de ter pau rijo… «Uma mulher», bom momento de poesia, dita por Ana Maria. «Minha amora negra», bonito trecho musical, cantado por São Madeira (agradável voz), acompanhada por um ‘corpo de baile’ (Teresa Pereira, José Lourenço, Maria Campanudo, Carlos Carneiro, Maria dos Anjos e António Santos). Presta-se a riso o posto de venda das hortaliças frescas, apanhadinhas na horta: os belos tomates do marido, os grelos da vendedeira e também os da vizinha que o marido não desdenha…
            Enfim, quase hora e meia de boa disposição, em que o palco serviu para mostrar que, na verdade, nem os trapos merecem o adjectivo de ‘velhos’ quanto mais os que frequentam este Centro de Convívio e desta forma se mostram activos, se divertem e divertem os demais.
            Justo é, pois, que se refiram os nomes de todos os intervenientes (para além dos já citados, todos se desdobrando, aliás, em vários papéis): Norvinda Santos, Maria José, Laurinda Freire, Antónia Morais, Carlos Ventura, Teresa de Jesus. O som esteve a cargo de José Carlos; António Morais foi o contra-regra; Carlos Carneiro, o director de cena; parte do guarda-roupa ficou a dever-se ao superior talento de Joaquim Carvalho (do Grupo Cénico da AHBVC); as Carlas (Magalhães e Chaves) encarregaram-se da caracterização: A colectividade de Murches emprestou cenários e microfones de lapela. Por intervenção da presidência da Junta de Freguesia de Alcabideche, pôde ser feita em estúdio a gravação do som.
            No final, agradecimentos dos actores ao encenador, do encenador a todos e o aplauso do Executivo da freguesia simbolizado também na entrega de lembranças.

Publicado em Cyberjornal, 2013-04-26:

Sem comentários:

Enviar um comentário