quarta-feira, 10 de abril de 2013

650 anos de elevação de Cascais a vila

            Quando se verificou que, em 1964, Cascais iria fazer 600 anos de história como vila, o presidente da Câmara, Engº Azevedo Coutinho, reuniu um grupo de personalidades a fim de as auscultar para se organizarem festejos condignos da efeméride.
            E, na verdade, as comemorações do VI centenário tiverem pompa e circunstância. Para além da inauguração de alguns equipamentos, realizaram-se concertos, fizeram-se conferências e, sobretudo, escreveram-se livros. A chamada ‘colecção do centenário’ constitui ainda hoje um repositório extremamente válido do que sobre Cascais então se deveria dar a conhecer nos mais diversos campos da história e da ciência. Recorde-se, a título de exemplo, a monumental obra Cascais Vila de Corte, de Ferreira de Andrade, que relata a história da vila até 1964 – que viria ser complementada com um suplemento a abarcar a sua história de 1964 a 1972.
            Foi, pois, afinando pelo mesmo diapasão que o presidente da Câmara convocou para a noite de 2ª feira, dia 8 (o dia em que efectivamente Cascais, em 1370, alcançou alforria em relação a Sintra), personalidades ligadas à vida cascalense, a fim de as auscultar e de, para já, lhes manifestar a disponibilidade de se levar a cabo ampla e suculenta comemoração dos 650 anos, no decurso de 2014. Isso mesmo declarou a abrir a sessão no auditório do Centro Cultural de Cascais, que estava lotado.
            Foram escolhidas três personalidades para, de certo modo, darem o mote. Assim, José d’Encarnação procurou mostrar como, ao longo da História, Cascais manteve identidade própria e é essa identidade que ora cumpre valorizar e divulgar, para que a população sinta quão agradável é viver numa terra com memória. Margarida Ramalho, ligada aos estudo da arquitectura de veraneio e das fortalezas, sublinhou nomeadamente o papel da Fortaleza de Nossa Senhora da Luz e das casas nobres que, mormente a partir da 2ª metade do século XIX, aqui se foram erguendo. João Miguel Henriques, por seu turno, na qualidade de director do Arquivo Municipal, mostrou o trabalho imenso que nesse domínio se está a fazer, de forma a proporcionar a toda a população e aos investigadores, em especial, o acesso a um acervo documental de vulto.
            José d’Encarnação coordenaria, de seguida, as intervenções do público presente, começando pela vereadora da Cultura, Dra. Ana Clara Justino. Mas interpelou também o Dr. António Carvalho, ex-director do Departamento da Cultura da Câmara; Nikolau Lalov, o dinâmico responsável pela Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras; Nuno Lima de Carvalho, incansável director da galeria de arte do Casino; Jorge Castro e Ricardo Alves, dinamizadores de saraus de poesia; Ricardo Carriço (da Confluência) e Paulo Morais (do Palco III) ligados ao teatro (entretanto, Carlos Avilez tivera que ausentar-se, porque o TEC está nos últimos ensaios da peça a estrear no próximo sábado)…
            Enfim, trocaram-se impressões no domínio das artes, das letras e das mais variadas actividades susceptíveis de adornarem o ramalhete que se pretende venham a ser as comemorações de 2014.
            Carlos Carreiras fez questão em encerrar a sessão, dando conta de algumas das actividades que já estão em curso e que poderão vir a ganhar novo fôlego com o pretexto de Cascais ter sabido guindar-se à categoria de vila com mais de 650 anos de história, pois que também os tempos pré-históricos e a época romana foram devidamente salientados.

Publicado em Cyberjornal, 2013-04-09 (com fotos de Guilherme Cardoso):

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