terça-feira, 26 de março de 2013

Casa das Histórias Paula Rego sem directora

       Na sequência das alterações anunciadas na passada segunda-feira por Carlos Carreiras em relação ao futuro da Casa das Histórias Paula Rego, uma vez que o Governo central considerara que a Fundação «não era viável do ponto de vista financeiro» e, por conseguinte, esta deveria ser extinta, Helena de Freitas, que assumia a direcção da Casa, acaba de demitir-se, regressando à Fundação Calouste Gulbenkian, a cujos quadros pertence.
      Em declarações à Lusa, deu conta de que já não havia condições para prosseguir o projecto inicialmente apresentado, acentuando, inclusive, que parte das obras da pintora vão voltar à procedência e, por isso, o projecto vai ser diferente.
      A Casa das Histórias, extinta a fundação, vai ser agora gerida pela Câmara e passará a chamar-se museu.
      Convirá recordar que, em Agosto do ano passado, quando a Comunicação Social noticiou que a Fundação da Casa das Histórias iria ser extinta, a presidência da Câmara explicou, em comunicado datado do dia 9, que havia, decerto, engano, pois tanto esta Fundação como a Fundação D. Luís I eram apoiadas não por verbas do Orçamento Geral do Estado mas sim por verbas das contrapartidas do Jogo. E acrescentava-se explicitamente:
      «Uma eventual extinção das duas fundações não representaria nenhuma diminuição de investimentos públicos municipais. Antes pelo contrário, seria necessário mais dinheiro e mais investimento para, potencialmente, fazer menos e fazer pior do que aquilo que é assegurado pela excelência das duas Fundações – promover a cultura e a identidade de Cascais e, por essa via, gerar cadeias de valor e de riqueza que contribuam para a criação do mais escasso bem das sociedades contemporâneas: postos de trabalho».
      Em comunicado difundido no passado dia 22, a CMC louva e agradece a actividade desenvolvida por Helena de Freitas e reconhece que «o projecto do Museu Casa das Histórias Paula Rego inicia agora uma nova fase», devido, «fundamentalmente, ao acordo recentemente assinado entre o Presidente da Câmara Municipal, Carlos Carreiras, e o representante de Paula Rego, o seu filho Nick Willing, onde se assume a extinção da Fundação Paula Rego». Garante, por outro lado, que «a emergência desta nova fase da Casa das Histórias» «é marcada por uma relação de profundo entendimento e proximidade entre a Câmara Municipal de Cascais, a artista Paula Rego e a sua família, constituindo uma garantia de que o Museu Casa das Histórias continuará a ser uma referência no panorama nacional e internacional».
      Veremos, pois, o que irá acontecer.

Publicado em Cyberjonal, 2013-03-26:

1 comentário:

  1. Francisco Félix Machado comentou e eu agradeço:
    «A decisão da Câmara Municipal de Cascais, uma vez extinta a Fundação Casa das Histórias de Paula Rego, em mantê-la como outra designação institucional é louvável. O acordo com o filho de Paula Rego, Nick Willing foi o passo decisivo e Cascais continuará a ter uma instituição cultural que é uma das suas principais referências. Lamentável é a decisão do governo extinguir à bruta e sem sensibilidade fundações que não estão sob a sua tutela.»

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