quinta-feira, 21 de março de 2013

Academia Sénior da Cruz Vermelha ganha espaço no Parque do Rio dos Mochos

             Dificilmente se lograria melhor localização para receber o pré-fabricado em que doravante passará a funcionar o pólo de Cascais da Academia Sénior do Núcleo do Estoril da Cruz Vermelha Portuguesa: um dos preciosos recantos do Parque Urbano do Rio dos Mochos, onde primeiramente esteve instalada uma das estufas dos viveiros camarários. Para ali se mudaram, pois, as actividades que, por empréstimo de duas salas, estavam a funcionar provisoriamente na marina.
            Rodeado de vegetação, o pavilhão dispõe, naturalmente, de salas de aula (desenho, computadores…), de sala de convívio, cafetaria, recepção… enfim, de todos os cómodos necessários para o efeito, servidos por uma decoração sóbria mas muito agradável de ver-se.
            Não foram facultados aos jornalistas dados técnicos do empreendimento nem se especificou nos discursos que tipo de actividades ali se iriam desenvolver e em que condições, o que certamente se logrará saber mais tarde junto do Núcleo, que tem sede na Parede. Podemos, desde já, adiantar, porém, que a Academia Sénior conta com 96 docentes (todos em regime de voluntariado) e cerca de mil alunos.
            A inauguração decorreu no dia 20, Dia da Felicidade, às 11 horas.
            Abriu a série de discursos o presidente do Município, que se referiu aos idosos como «os jovens há mais tempo» e frisou que, para ele, Cruz Vermelha é sempre sinónimo de «esperança» e de «amanhã». Manuela Filipe, presidente do Núcleo, aludiu ao 10º aniversário da Academia que nessa data se comemorava e saudou o simbolismo de a cerimónia se ter iniciado com o gesto simbólico de plantação de uma árvore; o combate ao isolamento e à exclusão social, disse, são duas das metas que a Academia tem logrado atingir, adestrando, por exemplo, os idosos a melhor se integrarem e desenvolverem as suas capacidades através do mundo virtual. Luís Barbosa, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, acentuaria que a Cruz Vermelha, por mais de uma vez galardoada com o Prémio Nobel da Paz, nasceu em época de graves crises e, por isso, não foge das crises, antes está aí para ajudar a superá-las.

FIB versus PIB
            Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade Social, começou por saudar a Dra. Maria Barroso, para quem teve palavras de muito apreço, e também a dinamizadora deste projecto, a Dra. Manuela Filipe, que classificou de «mulher das Arábias», pois «até é capaz de mandar parar a chuva» para que estivesse um dia lindo nesta inauguração. Elogiou as boas práticas de envelhecimento activo que pioneiramente se têm desenvolvido em Cascais, graças, de modo especial, ao papel aglutinador que a Câmara tem sabido desempenhar no estrito relacionamento com todas as instituições. «Não grandes obras de fachada, mas acções de proximidade», acentuou, acrescentando serem os mais idosos um «pilar fundamental da sociedade», pelo que esta importância dos mais velhos deve ser valorizada, encontrando-se respostas quer para sinalizar o isolamento do idoso quer para que – a fim de lhes ser facultado maior acompanhamento – se logre obter, cada vez mais, adequada resposta de conciliação entre a vida familiar e profissional.
            E anunciou Pedro Mota Soares a reconversão, que se prevê para breve, de lares e centros de dia no que virá a chamar-se «espaço sénior», a exemplo do que se está a procurar fazer em Cascais, num maior diálogo intergeracional, na partilha de experiências, de maior solidariedade, onde o voluntariado também ocupará papel fundamental. «Hoje, Dia da Felicidade», concluiu, «cremos que é desta sorte que vai aumentar não o PIB mas a FIB, a Felicidade Interna Bruta».

Publicado em Cyberjornal, 2013-03-21:

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