quarta-feira, 12 de setembro de 2012

D. Bosco acolhido no Estoril

            Conforme o programado, escoltadas pelos Escuteiros do Estoril, as relíquias de S. João Bosco, o fundador da Obra Salesiana, foram acolhidas com vivas, às 11 horas de hoje, dia 11 de Setembro, em emotivo clima devoto e familiar, no pavilhão da Escola Salesiana do Estoril, completamente lotado.
            Insere-se esta ‘peregrinação’ pelas casas salesianas espalhadas pelos quatro cantos do Mundo nas comemorações do bicentenário do nascimento do santo pedagogo, que culminarão em 2015. Pretexto também para reflexão acerca do método preventivo e da educação da juventude para a alegria, em que não conta apenas o que se aprende na sala de aula, mas também – e de modo especial – através da saudável prática do desporto, das actividades teatrais e musicais, instrumentos que D. Bosco sempre preconizou para uma educação global.
            Na primeira fila da assistência: D. Joaquim Mendes, salesiano, bispo auxiliar de Lisboa; o Padre Artur Pereira, provincial; o Dr. Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais e antigo aluno da Escola do Estoril; os priores do Estoril e de Cascais, padres Ricardo Neves e Nuno Coelho, respectivamente; o presidente da Junta de Freguesia do Estoril, Luciano Mourão; e o director da Escola, Padre Delfim da Rocha Santos.
Depois do hino «Pai e Mestre dos jovens», entoado pelo coro Vozes do Mar, dirigido por António Ferreira, abriu a sessão de boas-vindas o Padre Jerónimo Rocha (que foi, aliás, o autor da totalidade dos temas das encenações apresentadas), que sublinhou, desde logo, a excelência da pedagogia iniciada pelo fundador dos Salesianos, e deu a palavra aos apresentadores da sessão, dois alunos do Ensino Secundário: Maria João Granadeiro e António Ribeiro.
O Padre Director, após as saudações protocolares, dirigiu-se a D. Bosco: «Vieste para o que é teu», «dos nossos corações ouvirás palavras de alegria, orações sentidas», «esta casa será sempre a nossa e a tua».
Bonita a encenação seguinte, intitulada «D. Bosco entre nós», numa bela evocação do mar, com coreografia de João Melo.
O Padre Tarcízio Morais, director pedagógico da Escola, evocou a figura de D. Bosco como «pedagogo de todos os tempos», apontando como meios da pedagogia salesiana a razão, a religião, a amabilidade, entre outras, sendo a alegria, a música, o teatro, num ambiente de família, meios para pôr em prática o lema do fundador: «Da mihi animas caetera tolle», «Dá-me almas; podes ficar com o resto!».
Carlos Carreiras começou por sublinhar a «profunda emoção» com que, em tão bonita circunstância de festa, voltava à Escola onde tanto aprendera. Cascais é um concelho «uno, justo e solidário», acentuou, «é o que é, porque soube integrar em si o legado de D. Bosco». Há lições que jamais esquecerá: a dar o seu melhor; a ser solidário; «a trabalhar em equipa e a não deixar ninguém para trás»; «o significado do perdão», «a força da reconciliação»… «Não há comunidade sem religião e sem esperança; por isso, os Salesianos continuam a fazer a diferença». Referiu «o enorme privilégio» que constituía para si, «como homem e como político», reconhecer «o lugar da fé nas nossas vidas». E concluiu com «duas palavras» apenas: «Muito obrigado!».
Seguiu-se nova encanação, subordinada ao tema «D. Bosco e os jovens de hoje», da autoria das professoras Ana Paula e Paula Cristina, a retratar instantâneos do quotidiano juvenil: as brigas, a partilha, os miúdos conflitos de uma convivência…
Encerrou a série de discursos o Padre Provincial, que anunciou a programação prevista para estes anos de comemorações mundiais, na reflexão amadurecida sobre o testemunho de S. João Bosco, mormente no âmbito educativo. «O grande desafio que nos espera», disse, «é evangelizar a Cultura».
A Ave-Maria de Bach/Gounod, cantada pelas Vozes do Mar, foi depois o fundo musical de mais uma cativante encenação a evocar D. Bosco como «sonhador de todos os tempos».
À hora prevista, 12.15 h., foi encerrada esta sessão solene, com o hino «D. Bosco amigo dos jovens».
As relíquias do santo seguiram em procissão para a capela da Escola, onde o programa prevê diversas actividades e cerimónias até depois da meia-noite e na manhã de amanhã, quarta-feira, dia 12; formar-se-á, pelas 12.30 horas, o cortejo de despedida. As relíquias seguirão para o Externato Nossa Senhora do Rosário, em Cascais, onde permanecerão até ao dia seguinte, 13, sendo recebidas, pelas 9 horas, na igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, em Bicesse, começo de intensa jornada que culminará, pelas 21 horas, com uma procissão na Escola Salesiana de Manique.
 
Publicado na edição de 2012-09-12, de Cyberjornal:

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