terça-feira, 17 de julho de 2012

Turismo – uma análise arguta escrita em livro


           Quando, a 8 de Maio, por iniciativa da Fundação António Quadros, com a colaboração da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Estoril e o patrocínio da Câmara Municipal, se realizou o colóquio «Turismo em Portugal. Passado. Presente. Que Futuro?», logo ali se anunciou que o livro de actas se apresentaria a 14 de Julho, data em que António Quadros, se fosse vivo, completaria 89 anos. E a 14 de Julho, sábado passado, o livro foi apresentado!
Parabéns, pois, à Fundação, na pessoa de Mafalda Ferro, coordenadora e organizadora do volume, pela exemplar lição, pois já não estamos habituados a que promessas sejam cumpridas e, de um modo especial, que as actas de um encontro científico vejam rápido a luz do dia. Assim não foi – e está de parabéns a Fundação.
Perante um luzida assistência, de individualidades ligadas ao Turismo (não, da tal Cascais Dinâmica não estava ninguém, que esse era dia de cavalos no hipódromo…), Jorge Felner da Costa, que foi um dos pilares do turismo em Cascais, deu miúda conta do conteúdo do volume, demorando-se a sintetizar o contributo da cada uma das intervenções então feitas e ora passadas a escrito. Pedro Garcia aproveitou o ensejo para se referir aos novos eventos – nomeadamente ligados ao mar (não fora ele um dos responsáveis pela marina!...) – que a Cascais têm trazido inúmeros forasteiros. Carlos Carreiras, que invocou de modo especial a sua qualidade de Presidente do Conselho Geral da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril), congratulou-se com a publicação, pelo acervo documental e de reflexão que proporciona.
Trata-se de um volume de 254 páginas, pejado de ilustrações a cores – um manancial do maior interesse! –, com o ISBN 978-989-96653-3-0, cuja publicação teve o patrocínio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e não obedece ao novo acordo ortográfico (aplauda-se!).
Celestino Domingues evoca os primórdios do turismo (p. 27-49); Margarida Ramalho escreve sobre Cascais e o Estoril (p. 51-73); Gabriela Carvalho conta das festas de Lisboa (p. 75-97); José Guilherme Victorino recorda António Ferro (p. 99-127); Manuel Coelho da Silva realça o papel do turismo como fautor de identidade de Portugal nos anos 50 (p. 129-141); em «Turismo em Portugal – explorar o passado, perspectivar o futuro» (p. 143-175), Alberto Marques traça uma panorâmica das tendências turísticas antigas e actuais; finalmente, a mui oportuna bem documentada análise de Armando Rocha, põe em confronto, no que concerne à hotelaria, as diferenças abissais que ora se registam em relação ao praticado há uma década atrás (p. 177-193).
O livro traz ainda a reprodução das 177 imagens que integraram a excelente exposição documental patente no dia do colóquio, um repositório de grande interesse, mormente se tivermos em conta, por exemplo, a rara beleza dos cartazes que outrora se produziam!
Uma obra, sem dúvida, doravante de consulta obrigatória por quem se dedique à actividade turística.

Publicado no Cyberjornal, edição de 17-07-2012:

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