quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Gestões... indigestas

No discurso que proferiu, em Setembro de 2004, no Colóquio “Reforma e Regulação da Saúde”, organizado pelo Centro de Estudos de Direito Público e Regulação, o Reitor da Universidade de Coimbra censurou o Governo por, solícito nos constantes cortes orçamentais às universidades, fazer vista grossa aos empreendimentos públicos como a Ponte Rainha Santa (então em grande derrapagem financeira), onde muitos milhões se consumiram a mais do que o orçamento cabimentado, sem que nada acontecesse aos prevaricadores:
«Se o valor da adjudicação inicial da Ponte Europa (agora Rainha Santa), em Coimbra, não tivesse sido ultrapassado, ter-se-iam libertado recursos que permitiriam cabimentar, de uma só vez, todas as intervenções ainda não iniciadas em edifícios escolares nos Pólos I, II e III de Desenvolvimento da Universidade de Coimbra que, ao ritmo actual de investimento, se prevê apenas ser possível concretizar em cerca de 10 a 15 anos.»
A mesma pergunta assola necessariamente centenas de cascalenses que passam todos os dias junto ao Amarelão:
– Como é possível estar esta obra parada, a degradar-se, há tantos anos, quando a esquadra do centro da vila já não tem dignidade alguma nem condições? Será Cascais um sítio amaldiçoado pelo Governo? Não haverá meio de chamar à pedra os responsáveis, não para que sejam presentes a tribunal (já se sabe que não vale a pena) mas para serem expostos à pública ignomínia? Sim: reerguia-se o pelourinho e atavam-se lá, de tanga e olhos vendados, e o pessoal passava e lançava-lhes adequados impropérios!... Abençoada Idade Média, que, nesse aspecto, tanta falta ora nos fazes!...
Não haverá aí quem faça contas, a demonstrar por a+b que o sempre adiado acabamento da super-esquadra no Alto da Pampilheira, é… uma vergonha? E, claro, o exemplo super-evidente da má gestão que fazem aqueles que só aprenderam contas de subtrair (aos cidadãos, por meio de impostos…)?
E gostava de ver divulgado o protesto geral, de todas as forças partidárias do concelho! Repetidamente. Repetidamente! Até os envergonhar mesmo a sério (se é que essa possibilidade ainda existe…).

Publicado em Jornal de Cascais, nº 233, 07-09-2010, p. 4.

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