terça-feira, 28 de setembro de 2010

Comunicação de proximidade

Nos tempos que correm, cinco anos de vida dum jornal local correspondem quase a ter atingido a maioridade.
Louve-se, pois, a equipa que, semanalmente, tem produzido Jornal de Cascais, formulando-se votos para que prossiga e, se possível, estude a possibilidade de chegar mais facilmente aos residentes em Cascais.
Aplauda-se simultaneamente quem compreendeu – em relação a este semanário – o valor da comunicação de proximidade e o real interesse cívico, social, cultural e, até, político, de haver elos de ligação a cimentar comunidade. Entidades públicas (como a Câmara, as juntas de freguesia e o organismo que veio substituir a Junta de Turismo…) e privadas (como as colectividades, as empresas e até as pessoas singulares) precisam de ver na Comunicação Social local o veículo privilegiado que se faz eco das suas actividades, da sua existência. E deve merecer-lhes, por isso, o que poderíamos apelidar de “carinho”, manifestado, por exemplo, na concessão de publicidade.
No ano em que o nosso prezado colega local Jornal da Costa do Sol, de 46 anos de ininterrupta existência, teve de suspender a publicação, por manifesta e deliberada falta de apoios; numa altura em que a comunicação social falada (explicite-se: Rádio Clube de Cascais), também por manifesta e deliberada falta de apoios, já não é a referência de proximidade que foi durante quase duas décadas; num período em que a Câmara, as empresas municipais, as próprias juntas de freguesia acabam por despender verbas significativas em variadíssimas publicações que bem poderiam ser veiculadas pelos órgãos de comunicação locais, neles integradas de forma equitativa e sem obediências partidárias… estas reflexões assumem, a meu ver, queira-se ou não, inteira pertinência.
Uma Comunicação Social independente – do ponto de vista religioso e político – constitui, sem dúvida, um dos mais eficazes garantes da Democracia como eu a entendo, ou seja, a expressão livre de opiniões, sugestões, críticas…
Não interessa apenas ter iniciativas, por mais válidas que elas sejam: importante é que se saiba que elas vão realizar-se e, depois, como é que tudo aconteceu. O êxito depende da informação – e essa consciência, parece, só em tempos eleitorais se manifesta. Tristes e bem graves sinais!

Publicado em Jornal de Cascais, nº 234, 14-09-2010, p. 6.

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